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domingo, 26 de outubro de 2014

Cover: "Guia-me" Daniela Araújo

      Esta é uma canção que desde que a conheci falou ao meu coração. É uma das canções que eternizou em meu pensamento pois o tempo passou e ela continuou tendo a mesma força, cada vez que a ouço é como se estivesse tendo o primeiro contato com ela.      Neste vídeo estou interpretando-a com muita alegria e aproveito o espaço para expressar a admiração que tenho pelo trabalho da cantora Daniela Araújo, que é uma serva de Deus de efeito em tudo o que se propõe a fazer, um instrumento precioso nas mãos do Criador do Mundo.


domingo, 12 de outubro de 2014

Mulheres emitem falsete?

       Quando vamos procurar uma definição para falsete, nos deparamos com a afirmação de que o falsete é uma forma que o cantor masculino encontra para imitar a voz feminina, em contrapartida, alguns afirmam que isto é um absurdo, pois a mulher ao fazer o falsete não poderia estar imitando a ela mesma. Este é um tema que divide opiniões, mas como sabemos que não existiriam mitos se não houvesse alguma verdade, então devemos desmistificar mais esta questão.
       Primeiramente, devemos entender que na voz humana, fisiologicamente falando, temos três registros, são eles:
  1. BASAL: utilizado por vozes graves em notas extremamente graves. Alguns chamam de voz de garganta, o som soa como um "arroto", igual ao famoso fry;
  2. MODAL: abrange as notas graves, médias e agudas com um som mais próximo da voz falada e mais pesado. Para os homens, este registro normalmente é o mais amplo (utiliza-se do músculo TA* que é responsável pelo peso das notas), é neste registro apenas que o falsete ocorre;
  3. HEAD: registro de voz de cabeça, a musculatura utilizada neste registro é completamente diferente da utilizada no registro anterior, os homens nem sempre conseguem emitir notas nesta região, enquanto as mulheres o fazem sem tanta dificuldade, encontram-se aqui as notas mais agudas da voz humana (utiliza-se do músculo CT* que é responsável pela leveza da voz e pelas notas agudas), o falsete não pode ocorrer neste registro.

  • Perguntando a um fonoaudiólogo se a mulher é capaz de emitir falsete a resposta será não.
  • Perguntando a um professor de técnica vocal a resposta poderá ser sim.

       Fisicamente, o que acontece na laringe da mulher não é o que se denomina como falsete, por outro lado, o que ouvimos é uma voz fraca e com certa vazagem de ar assim como no falsete produzido pelos homens. Conclusão: na técnica vocal vamos estudar o falsete na voz feminina, pois podemos ouvi-lo, mas na fisiologia da voz ele não acontece.
Explicação:
       Um cantor iniciante ainda não tem conhecimento sobre impostação de voz, portanto ao emitir notas agudas a voz dele fica fraca e soprosa, percebe-se inclusive uma quebra na passagem de registro, pois ainda não há controle preciso da emissão da voz. Notaremos este acontecimento na voz masculina e na voz feminina, daí então, nós professores tratamos este fenômeno como sendo o falsete em ambos, porém o falsete ocorre na voz masculina quando a voz não consegue mais manter o peso do registro MODAL e como recurso a pregas vocais se fecham pela metade produzindo notas mais agudas até que se chegue ao registro HEAD, enquanto a voz feminina neste momento já está em registro HEAD, ela apenas não tem controle absoluto deste registro e por não utiliza-lo em sua plenitude, soa fraco e soproso.

       Para corrigir esta soprosidade, os dois necessitam impostar a voz, porém, o homem ainda estará em registro MODAL e deverá mesclar voz de peito e voz de cabeça, enquanto a mulher deverá utilizar todas as regiões da voz de cabeça estando no registro HEAD.
          Dúvidas? coloque aqui para que possam ser sanadas...
Fiquem com Deus.

*CT e TA tratam-se de músculos da laringe, seus nomes foram citados para que complementar a explicação.
TA: Tiro Aritenóideo; músculo responsável pelo peso da voz e pelas notas graves.
CT: Cricotireóideo; músculo responsável pela leveza da voz e pelas notas agudas.

Éfeos - Convicção - #Teaser

Deus assim abençoando, em breve estaremos lançando nossa primeira canção.

AGUARDEM!!!





terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Princípios do Belting

Esta é a técnica utilizada pelos interpretes de teatro musical (estilo Broadway), em que precisam de grande projeção vocal, assim como na ópera, porém os cantores líricos produzem um timbre profundo e escuro, enquanto o objetivo do Belting é alcançar um timbre claro, causando uma certa mudança no timbre natural da voz, pois o som é frontal, brilhante e aberto.
Os cantores de rock utilizam muito o Beltingo com o princípio de voz emprestada, é como se o cantor se apossasse de uma voz que não lhe pertence, por isso há entre alguns cantores de rock um certo padrão na maneira de cantar e até mesmo no timbre: ardido, frontal e extremamente elevado em notas. Já em outros estilos o Belting é aplicado apenas nas notas agudas para não perder a potência e a qualidade, percebe-se, inclusive, o momento exato em que estes cantores aplicam a técnica, causando uma mudança brusca. Há definições de que Belting é a maneira correta de gritar.
É importante ressaltar que na nossa voz, o registro belt é a região da voz falada, portanto a técnica de belting é trazer o timbre da voz da fala para toda a extensão vocal, nos agudos deve ser aplicado com muito cuidado e com um modelo técnico de respiração mais avançado.

Vamos entender de maneira prática:
·                    um cantor com pouco treino quer saber seu limite vocal, então ele começa de uma nota média e vai subindo junto ao teclado, a partir de uma determinada nota suas pregas vocais que estão relaxadas utilizam um recurso para "manter o ritmo", entrando em ação o falsete, mas ainda mantém-se em voz de peito (registro modal), e após algumas notas entra no registro de cabeça (ver: falsete x voz de cabeça), as mulheres entram direto em voz de cabeça, porém sem uma impostação adequada, portanto o som é igual ao falsete masculino.
O Belting muda esta natureza de registros, causando uma tensão na prega vocal e uma grande utilização dos ressonadores de máscara (frontais, por isso o som nasalado) de forma que a voz não passa pelo falsete na voz masculina e continue com o volume do registro de peito na voz feminina, é uma maneira de colocar a voz e tensionar corretamente as pregas vocais ao invés de relaxa-las, a potência deve ser alcançada através de uma respiração mais profissional.

Uma forma interessante de internalizar o princípio da técnica é pensar na produção do choro de um bebê, em que chora com um som brilhante e alto a noite toda sem cansar a voz (os pais que o digam). De certa forma é essa a característica do som que devemos buscar: quase nasalado, extremamente brilhante e frontal. Trazendo para a voz a mesma produção; em notas agudas apresenta uma característica de voz mista, entre peito e cabeça, efeito interessantíssimo.
É uma técnica que exige cuidado, por isso mantenho a dica: FAÇA AULA! É necessária uma série de conhecimentos básicos, muito domínio respiratório e controle de intensidade, pois é uma técnica avançada.

Chistina Aguilera é um excelente exemplo: http://www.youtube.com/watch?v=wGVgT5yOsdY
André Matos também: http://www.youtube.com/watch?v=xFJpHEp5aw4

Curiosidade: homens que cantam em Belting são chamados "rockstyles", já as mulheres são chamadas "belters"